segunda-feira, dezembro 26, 2005
Estória de Natal

Era uma vez um menino muito pobre e filho de uma puta. Era um menino que não tinha amigos, pois devido à profissão ilegal da sua mãe, ninguém os respeitavam. Todos os Natais a mãe fazia horas extras, sexo sem preservativo, arriscava-se a não ter que pagar a um chulo para conseguir comprar uma boa prenda. Em 90% dos casos ficava sem o dinheiro ou levava nos cornos. Mas o seu anjo merecia tudo. Mal entrava em casa e olhava para o pequerrucho, o pequenino coraçãozinho da puta se enchia de calor e lhe metia um sorriso amarelo… do tabaco… nos poucos dentes que tinha. Enfim… a vida corria às mil maravilhas, até ao dia em que teve a oportunidade de ir trabalhar para a Tvi!

Nunca ninguém lhe perguntara como conseguiu tal emprego, mas também, todos sabem que existem dois tipos de castings. Era a sua oportunidade de ser feliz e de dar ao seu anjo a maior festa de Natal que alguma vez tivera! Parecia um sonho tornado realidade… subir na vida de perna aberta, mesmo sem ter a quarta classe. Mas nem tudo corria como previsto, cada dia que passava, a pequena putinha ficava cada vez mais triste. O mundo da televisão é um mundo de aparências, hipocrisia e feira de vaidades. Ela nas ruas conheceu muitas putas, muitos chulos, mas nada se comparava às putas do meio artístico. Era altura de tomar uma decisão: - “Pra aturar puta, volto prás ruas, que ao menos essas não são cínicas!”
Agarrou no braço do seu filho, saiu pela porta fora e deixou cair uma lágrima… não queria nunca enfrentar a realidade de não só vender o seu corpo, como também a sua alma. Agarrou em todas as suas forças e resolveu mudar de vida.
Voltou para as ruas, meteu o puto a trabalhar nas obras e tornou-se testemunha de Jeová.

Nunca mais teve problemas com dinheiro, com o filho, nem ter que levar com fretes no dia de Natal.

Final Feliz!