quinta-feira, janeiro 05, 2006
Centros Comerciais
Vou falar de centros comerciais, não digo ao certo qual, porque isto é comedia... não é só publicidade. Mal entramos num grande comercial, a primeira frase característica que dizemos: - A ver se te lembras onde deixamos o carro.Sim, sabendo que eles dividem o parque de estacionamento áreas de diferentes cores, do tamanho de campos de futebol, e nós vamos memorizando a localização do carro com coordenadas “simples”. Zona amarela, - 2, lugar 285, coluna Y e com um desenho de uma lagosta. Antes de sairmos do carro, olhamos para o espelho retrovisor e certificamo-nos que não temos nenhuma borbulha na cara. Se não acreditam que existam pessoas que só vão a centros comerciais engatar, pois reparem na quantidade de gente que não anda com sacos de compras...
E encontramos o nosso melhor momento do dia, quando vemos alguém a tentar passar por aquelas portas de vidro, e não era ali! O meu pai é um homem de humor, aproveita logo a oportunidade: -"Hehehehehe, estes devem ser da terra da tua mãe". E depois nós vamos às compras enquanto ele fica a curtir nas escadas rolantes...
Vocês lembram-se do tempo, onde nos centros comerciais tinham torneiras que... tinham torneiras? Agora têm círculos que é preciso passar a mão à frente, mas está avariado, ops, afinal quando ‘tavamos a ir para outra torneira, começa aquela a deitar água, tentamos tirar sabonete e zás, adeus água. Carregamos no sabonete líquido que ora nos dá uma gota do tamanho de uma moeda de 1 cêntimo, ora está misturado com 90% de água e molhamos as mangas da camisa.
Já está a situação fora do controle, porque a tentar abrir de novo a água, o sabonete líquido está tão aguado que já não temos nada na mão, e volta-se a repetir o processo.
Quando pensamos que o pior já passou, não há toalhas… é de secador eléctrico. Nota-se logo a nossa paciência, que sempre metemos aquilo a funcionar com duas pancadas onde sai o vento. Como se uma fosse para acordar, outra para ter mesmo a certeza. E ficamos ali com as mãos… e ficamos… e ficamos… e ficamos… até nos apercebermos que a intenção foi boa, mas vamos buscar papel higiénico. Ou para algumas pessoas, abrem a mala e tiram um bocadinho do rolo que acabaram de roubar. Finalmente vamos embora e metemos a mão naquela maçaneta, onde outras centenas de pessoas agarraram, sem lavar a mão.
Este texto todo para chegar onde? Àquelas pessoas que quando aquilo está à pinha, mesmo a abarrotar, mandam lá dentro um peido! Eu sei que vocês meus porcos lêem isto. Esta conversa toda para revelar a grande vantagem do comércio pequeno: sabemos logo quem são.